Gabinho
Acho que para uma marinheira de primeira viagem em
quadrinhos, me dei bem. Nunca gostei de ler HQs. A não ser o famoso gibi, e sei
que vou ser apedrejada por alguns por comparar uma coisa com outra, mas meu
conhecimento sobre esse mundo é quase nulo. Sorry.
Gabriel García Márquez é de longe meu autor favorito. E
já estava mais do que na hora de ler uma biografia dele. Decidi, então, começar
por uma lúdica, rápida. E uma bem condizente com meu momento, já que havia
acabado de reler “Cem anos de solidão”,
porque essa biografia se concentra na produção desse livro, ou seja, ele é mais
centro da história do que o autor em si.
Esse fato fez com que a narrativa fosse alinear.
Começamos com a viagem que Gabo fez com a família para a praia, quando teve a
brilhante ideia de como começar essa história que o atormentava há quase 20
anos. Depois só que migramos para sua infância, onde supostamente a história
deveria ter começado. De volta ao romance, vamos para sua juventude, aí damos
um pulo no Nobel, e de volta ao romance mais uma vez... e assim vamos indo.
Adorei esses saltos no tempo, porque a memória do famoso livro ainda estava
fresca e as digressões muito bem linkadas entre as pessoas reais que passaram
pela vida do autor com as personagens do romance foram mais fáceis para mim.
Entretanto, quando o ilustrador se propunha a desenhar as personagens do “Cem
anos” em vez de se manter na vida de Gabo, eu me sentia meio frustrada, porque
nenhuma delas foi condizente com a aura que criei para cada um.
O livro é dividido em quatro partes, e as cores das
ilustrações de cada uma muda concordantemente. A fase infantil, sonhadora, é
azul; a que narra sua história de amor com Mercedes é vermelha, por exemplo.
Esses capítulos deixam a história mais ordenada, mesmo se mantendo alinear. E
mais fluida. Mais coerente.
Trechos do livro aparecem. Parágrafos do seu discurso ao
ganhar o Nobel também. A narrativa em sim não é ruim, bem leve, direta, típica
dos quadrinhos. As falas são justas. O desenho é incrível. O papel é bom. O cheiro
é demais. O Gabo é f***. Pronto. Falei.
Meu
amor por ele só ficou maior ao saber dos sofrimentos pelos quais passou para
criar obras tão fantásticas. Gênio de verdade é aquele que pena, que sofre para
criar, pois dá mais valor, trabalho, suor, amor àquilo que produz. Só tenho
agora mais orgulho de ser sua fã.
Ótimo
livro para se ler acompanhado de “Cem anos”, para amar o Gabo, ou para, ao
menos, respeitá-lo.
Incrível Nathália! Já vi muita gente falando do Gabo, e todos recomendam essa biografia dele mesmo.
ResponderExcluirBjos
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